Médico cardiologista destaca a importância da doação de órgãos: “Respeite o pedido do seu familiar”

No mês de outubro do ano passado, uma paciente na capital baiana, internada no Hospital Ana Nery, teve a oportunidade de ganhar um novo coração.

O órgão foi transportado do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), escoltado por uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) até Salvador, onde recebeu um novo destino.

A cirurgia que levou aproximadamente 5 horas de duração, contou com uma grande preparação feita ainda na cidade de Feira de Santana.

Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, o médico cardiologista, chefe da equipe que realizou o procedimento cirúrgico, Jackson Brandão, informou que é necessário manter o órgão em baixa temperatura e o processo deve ser feito em até quatro horas.

“Não é fácil fazer um transplante de coração, pois a gente corre contra o tempo. Gostaria até de parabenizar a família e todas as famílias que fazem este gesto de amor, mesmo durante um momento de dor, mas tentar aliviar a dor do próximo. Quando a gente retira o órgão do doador, nós ligamos o cronômetro e temos quatro horas para que possamos passar o sangue no coração novamente. Então é uma luta pois tem o tempo da retirada, tempo do transporte, o tempo da preparação do órgão e fazer todas as conexões. Felizmente nós tivemos um tempo extremamente bom, e podemos dizer que este coração já bate muito bem no peito desta senhora. Mas antes de tudo isso, todo preparo é feito para a preservação do órgão, onde colocamos o coração em uma temperatura de 4º, nós resfriamos ele, e o órgão é colocado dentro de uma embalagem estéril, para que ele fosse transportado até Salvador”, afirmou.

De acordo com o médico, novas tecnologias já existem para transportar estes tipos de órgãos, mas os equipamentos ainda não estão no Brasil.

“Hoje já existem no mundo, algumas máquinas, onde se coloca o coração e ele vai batendo até o destino, e essa tecnologia foi criada justamente pela escassez de doação de órgãos, então é necessário cada vez mais, buscar órgãos distantes. Por exemplo este caso, a paciente estava em Salvador, mas o doador era de Feira de Santana. Já tivemos casos de buscar um órgão em Vitória da Conquista, em outros estados, mas não há tempo hábil para manter este cronômetro. Hoje esta paciente que recebeu o órgão está bem, já está conversando, não teve nenhum tipo de rejeição, ela tem cerca de 50 anos, mas não podemos passar muitas informações, pois são dados sigilosos”, declarou.

O médico Jackson Brandão aproveitou para fazer um pedido a toda população.

“Este é um gesto difícil, mas nós sabemos que estamos aqui hoje, porém não sabemos o dia de amanhã e são nossas famílias que irão decidir o que irão fazer. Pode ser um momento de dor, mas que respeitem a vontade da pessoa que esteve aqui conosco, se esta pessoa queria doar, faça este gesto de amor, um gesto de caridade, pois outra família também está com um parente esperando e precisando. Todo paciente que precisa fazer um transplante, significa que a doença é grave e corre risco de vida”, concluiu.

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