O lançamento de uma serpentina metálica, na tarde deste sábado (1°), na rede elétrica da Rua Forte de São Pedro, no circuito Campo Grande, causou um curto-circuito e rompeu um cabo de energia, interrompendo o fornecimento de eletricidade em parte do percurso do Carnaval de Salvador. A Neoenergia Coelba desligou imediatamente a rede para garantir a segurança dos foliões e acionou equipes de eletricistas, que já estavam estrategicamente posicionadas no circuito, para restabelecer o serviço com rapidez.
A Prefeitura de Salvador informou que notificará os responsáveis pelo incidente, uma vez que a fabricação, venda e uso de serpentinas metálicas estão proibidos na Bahia desde fevereiro, após a aprovação de uma lei na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Investimentos e conscientização para Carnaval seguro
Para reforçar a segurança elétrica durante a folia, a Neoenergia Coelba investiu R$ 12 milhões no Carnaval de 2025, aplicando recursos em obras estruturais, manutenção preventiva e ampliação em 40% do efetivo de profissionais nas ruas. No entanto, a concessionária alerta que o esforço das autoridades precisa ser acompanhado pela conscientização da população para evitar novos incidentes.
“O caso deste sábado demonstra os perigos do uso de serpentinas metálicas perto da rede elétrica. Além do apagão, poderíamos ter registrado um acidente grave. É fundamental que os foliões brinquem com responsabilidade, garantindo a segurança de todos”, ressaltou Leonardo Silva, superintendente de Operações da Neoenergia Coelba.
Medidas de segurança reforçadas
Para evitar novos transtornos e acidentes, a Neoenergia Coelba reforça algumas orientações de segurança:
Não jogue serpentinas em direção à rede elétrica;
Em caso de fio caído, não se aproxime e avise à Neoenergia Coelba pelo número 116;
Evite subir em postes, marquises e árvores próximas à rede elétrica;
Não fixe enfeites ou jogue objetos na fiação elétrica;
Não direcione jatos d’água para os postes ou cabos de eletricidade;
Mantenha “bastões de selfie” longe da rede elétrica;
Não faça ligações clandestinas de energia, além de crime, isso coloca vidas em risco;
Evite soltar balões ou utilizar placas de propaganda próximas aos cabos elétricos;
Não solte fogos de artifício perto da rede elétrica;
Estruturas metálicas de barracas, balcões e camarotes devem ter aterramento obrigatório.
Proibição da serpentina metálica na Bahia
A comercialização, o porte e o uso de serpentinas metálicas estão proibidos em toda a Bahia desde o dia 13 de fevereiro. A medida visa prevenir acidentes elétricos, como o apagão ocorrido no Carnaval de 2023 no circuito Dodô (Barra-Ondina), quando um curto-circuito foi provocado pelo mesmo motivo.
A nova legislação se aplica a indivíduos, estabelecimentos comerciais, camarotes, trios elétricos e vendedores ambulantes. O descumprimento pode acarretar multas entre R$ 5 mil e R$ 100 mil, com valor dobrado em caso de reincidência.
A proibição foi sugerida pela Neoenergia Coelba e aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). A fiscalização será realizada por órgãos estaduais, com suporte das equipes da concessionária nos circuitos oficiais do Carnaval.
Alternativas para foliões
Com a proibição das serpentinas metalizadas, foliões e organizadores de eventos poderão optar por alternativas seguras, como serpentinas de papel biodegradável ou materiais não condutores de eletricidade. O governo e a concessionária de energia intensificaram campanhas educativas para conscientizar a população sobre os riscos das serpentinas metalizadas e incentivar o uso de materiais seguros.
Incidente no último Carnaval
Um apagão ocasionado pelo uso de serpentinas metalizadas afetou, em 2024, parte do circuito Dodô (Barra-Ondina), no Carnaval de Salvador. O incidente deixou a Avenida Oceânica sem energia elétrica, entre o Camarote Expresso 2222, da família Gil, e o Morro do Cristo, interrompendo o fornecimento de energia na região por cerca de duas horas.
De acordo com imagens registradas por foliões, foi possível observar que todos os postes de iluminação da via ficaram apagados, deixando a área parcialmente escura. No entanto, a luz dos trios elétricos, que desfilam pelo circuito, ajudou a iluminar a rua, evitando que a escuridão fosse total. Apesar de não se saber ao certo se os camarotes e outros prédios instalados ao longo da Avenida Oceânica também foram afetados pela falta de energia, a Prefeitura de Salvador informou que o problema foi solucionado rapidamente.
Na época, a gestão municipal explicou, em nota oficial, que a falha no fornecimento de energia foi provocada por uma explosão nas imediações da Rua Francisco Otaviano, um dos pontos próximos ao bairro da Barra, que afetou a distribuição de energia na área. Esse problema atingiu diretamente um trecho do circuito Dodô, comprometendo o funcionamento do sistema elétrico da região durante o auge da festa.
