Qual a temperatura que indica febre? Entenda os riscos à saúde

Uma das principais dúvidas das pessoas na aferição da temperatura corporal é saber a partir de que ponto o quadro passa a ser considerado febre. Esse número teve uma alteração recente, aumentado um pouco a temperatura considerada normal. No entanto, esse valor pode variar de um pessoa para outra e mesmo para um mesmo indivíduo ao longo do dia. Mas afinal, a partir de qual temperatura se considera que alguém está com febre?

paciente e termômetro em hospital
Elevação da temperatura corporal pode indicar a presença de uma doença mais grave (Foto: Reprodução/Freepik)

Antes de responder a essa questão, é importante lembrar que temperatura corporal é um indicador fundamental do estado de saúde de uma pessoa. Assim, a elevação desse parâmetro costuma ser um dos primeiros sinais de que algo não vai bem com o organismo.

De acordo com os padrões médicos atualmente adotados, considera-se que há febre quando a temperatura corporal ultrapassa os 37,8°C. Esse valor é medido, geralmente, com um termômetro digital em regiões como a axila, boca ou reto — este último costuma registrar temperaturas ligeiramente mais altas. A temperatura corporal normal gira em torno de 36,5°C a 37,5°C, variando ligeiramente de pessoa para pessoa e também ao longo do dia.

Número de graus considerado febre mudou ao longo dos anos

Historicamente, a definição da marca dos 37°C como temperatura média do corpo humano foi estabelecida no século XIX. O índice foi então definido após uma longa pesquisa do médico alemão Carl Reinhold August Wunderlich.

menino com termômetro  na boca
Febre tem diversos níveis (Foto: reprodução/Pixabay)

No entanto, estudos mais recentes sugerem que essa média tem diminuído ao longo das décadas. Pesquisas médicas indicam que a temperatura média corporal caiu em torno de 0,3°C nos últimos 150 anos. Essa variação pode ser atribuída a uma série de fatores, como melhorias nos cuidados de saúde, uso frequente de antibióticos e menor incidência de infecções crônicas.

Entretanto, apesar dessas variações apontadas pelas pesquisas, o parâmetro clínico pouco se alterou ao longo da história da medicina. Assim, os médicos continuam a considerar como febre qualquer temperatura superior a 37,8°C. Já as temperaturas acima de 39°C seguem sendo classificadas como febre alta. Da mesma forma, temperaturas acima de 40°C são apontadas como hiperpirexia, uma condição potencialmente perigosa para o corpo humano.

Nem toda febre exige uma visita a uma unidade de pronto atendimento ou ao pronto-socorro de um hospital. No entanto, há casos em que a presença ou a persistência da febre pode representar uma emergência médica. Os cuidados devem ser redobrados especialmente nos seguintes casos:

  • Quando a temperatura ultrapassa marca dos 40°C;
  • Em ocasiões em que a febre persiste por mais de três dias;
  • Quando há outros sintomas associados, como convulsões, dificuldade respiratória, rigidez na nuca, vômitos persistentes, confusão mental ou erupções cutâneas;
  • E ainda quando o paciente demanda cuidados especiais: bebês com menos de três meses, gestantes, idosos ou pessoas com sistema imunológico comprometido.
paciente e termômetro em hospital
Temperatura corporal acima de 40ºC pode indicar enfermidades mais graves (Foto: Reprodução/Freepik)

Em todos esse casos, a febre pode ser indício de infecções graves. Entre as enfermidades que podem provocar quadros de maior risco estão meningite, septicemia ou covid. Assim, diante de qualquer uma dessas condições, é necessário uma avaliação médica urgente.

Como tratar a febre e evitar os riscos do uso de antitérmicos

O tratamento da febre depende muito da causa que está por trás do aumento da temperatura corporal. O combate aos sintomas passa por uma série de medidas, algumas das quais não exigem o uso de medicamentos.

pílulas de remédio
Uso de medicamentos requer cuidados (Foto: reprodução/Pixabay)

Assim, medidas simples como manter-se hidratado, descansar e usar roupas leves podem ajudar a reduzir a temperatura do corpo. Além disso, medicamentos como paracetamol e dipirona têm uso amplamente difundido para combater a febre. No entanto, o uso indiscriminado de antitérmicos pode ser prejudicial a saúde.

Um dos principais riscos da utilização prolongada deste tipo de medicamentos é um possível mascaramento de sintomas importantes de diversas enfermidades. Desasa forma, pode ocorrer um atraso importante no diagnóstico de enfermidades mais sérias associadas ao aumento da temperatura corporal.

Além disso, o uso excessivo de medicamentos pode causar efeitos colaterais, como danos ao fígado (no caso do paracetamol) ou reações alérgicas. Por isso, o ideal é usar remédios com orientação médica e monitorar a evolução do quadro.

Febre é um sintoma, não uma doença

A febre, portanto, não é considerada uma doença por si só. Na verdade, ela é um sinal de que o organismo está reagindo a algo de anormal. Assim, ela deve ser encarada com atenção e responsabilidade, especialmente quando estiver associada a outros sintomas que possam indicar uma doença. Dessa forma, em vez de apenas suprimir o sintoma, é fundamental buscar entender e tratar a causa por trás dele.

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