Os policiais civis promovem o “Lockdown da Segurança Pública” em toda Bahia, nesta quinta-feira (27/01). A categoria constantemente reclama da falta de diálogo com o governo estadual. Dentre as pautas de reivindicações estão a regulamentação do Artigo 46, parágrafo 1º da Lei 11.370/2009, que concede o salário de nível superior para os servidores e reestruturação da carreira.
Durante o ato só serão realizados os flagrantes e levantamento cadavérico. Os demais serviços, a exemplo do registro de ocorrência, diligência, operações e cumprimento de prisões, estarão suspensas.
“Iniciaremos nesta semana o ‘Lockdown Semanal da Segurança Pública’, onde toda quinta-feira os policiais civis da Bahia vão paralisar as atividades por 24 horas, sempre denunciando a insegurança, pois já temos dito há algum tempo que no quesito segurança o Governo do Estado jogou a toalha”, frisou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Eustácio Lopes.
Ato na rodoviária de Salvador
No contexto do ‘Lockdown da Pública Segurança’, amanhã, a partir das 11h, a categoria realiza uma manifestação no terminal rodoviário de Salvador para denunciar a falta de policiamento, insegurança, assim como a entrada de drogas e armas pelo local.
Estudos e operações da Policia Rodoviária Federal sinalizam que atualmente as rodovias se tornaram os locais apropriados para os traficantes de drogas cometerem seus atos ilícitos. Logo, o transporte de armas e entorpecentes através do terminal rodoviários compromete a segurança pública no estado, dessa forma deixando um terreno fértil para o crime organizado. Vale ressaltar que, recentemente integrantes de uma facção criminosa agrediu uma jovem dentro da rodoviária de Salvador, a mesma não resistiu e veio a óbito.
Para Eustácio Lopes é inadmissível que a rodoviária da terceira capital do país não tenha um posto da Policia Civil para coibir ações delituosas e impedir a entrada de armas e drogas na capital baiana. “Já vamos para o terceiro ano em que a rodoviária de Salvador está sem policiamento. Sem um posto da Policia Civil. Infelizmente no local facções atuam livremente e o clima é de total insegurança, com pessoas sendo agredidas e mortas no mortas no terminal”, denunciou.
“Infelizmente a rodoviária de Salvador é um retrato do que acontece na Bahia, onde mais de 100 cidades não tem um posto policial para atender a população. Na atual conjuntura era pra termos 11.000 policiais civis, só temos 5.000, alguns com comorbidades, hoje temos um quadro de somente 3.000 servidores para toda a Bahia. O que temos visto aqui é uma transferência de responsabilidade, onde o secretário de segurança Sr. Mandarino vai para a imprensa colocar a culpa pela violência na Bahia nos clubes de tiro esportivo. É estarrecedor ver como a Bahia a se curvou perante a violência”, declara o presidente do SINDPOC.
Para o representante dos policiais civis da Bahia está faltando estratégia na segurança pública da Bahia quanto ao enfrentamento do crime organizado. “Mediante um cenário onde nós presenciamos grandes apreensões de drogas da nossa co-irmã PRF, e nos deparamos com essa realidade da Policia Civil na Bahia, chegamos a conclusão que está faltando gestão estratégica por parte da secretaria comandada pelo senhor Ricardo Mandarino.
Diante do quadro de insegurança que o baiano vivencia, com a Policia Civil sucateada, investigadores, peritos e escrivães desmotivado o titular da SSP não pode jogar a culpa pela violência nos clubes de tiros, beira a irresponsabilidade. A verdade é que na Bahia o Estado se curvou perante a violência”, finalizou Eustácio Lopes. Share