A segunda fase da operação Postal foi feflagrada na manhã desta terça-feira (25), pela Polícia Federal (PF). A ação tem como objetivo desarticular esquemas criminosos de furtos e desvios de objetos postais no Centro de Distribuição dos Correios (CDD) de Jequié.
Estão sendo cumpridos um mandado de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária e um mandado de medidas cautelares. A primeira fase da operação desvendou que houve desvios de mercadorias do CDD de Jequié, totalizando R$ 1.045.920,12.
Os fatos investigados teriam ocorrido somente nos anos de 2021 e 2022 e as mercadorias mais visadas eram eletrônicos, especialmente aparelhos celulares. Os objetos eram então revendidos no comércio da região como se tivessem procedência lícita.
Segundo a PF, o CDD de Jequié é responsável pela distribuição de encomendas e postais de toda a região circunvizinha. Com base nos trabalhos investigativos, a partir da deflagração da primeira fase, a PF descobriu que um servidor do órgão era o principal responsável pelos desvios das encomendas revendidas na região.
Seis anos de esquema
A investigação revelou ainda que as entregas dessas mercadorias desviadas chegavam a ser realizadas com o próprio carro oficial das Correios, dentro do horário do expediente, e que o esquema, que antes se pensava ter acontecido apenas em 2021 e 2022, na verdade já vinha acontecendo há pelo menos seis anos, tendo sido mais intensificado no período da pandemia de covid.
Além dos mandados judiciais, foi determinado também o bloqueio judicial no importe de R$ 1.045.920,12 das contas e bens dos investigados e a proibição de o servidor dos Correios exercer suas funções públicas.
Os delitos apurados na operação são associação criminosa, furto qualificado mediante fraude, receptação qualificada e peculato desvio, cujas penas máximas podem somar mais de 20 anos de prisão.