A Câmara dos Deputados foi notificada na noite dessa quarta-feira (4/6) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a respeito de providências que deve tomar sobre a suspensão do pagamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A deputada está fora do país, é alvo de mandado de prisão preventiva e foi pedida a inclusão do nome dela na lista de procurados da Interpol.
A determinação de Moraes está entre as medidas explicitadas por ele no mandado de prisão expedido nessa quarta. Ele ordena o imediato bloqueio dos vencimentos da deputada e de quaisquer outras verbas pagas pela Câmara, inclusive destinadas ao gabinete, visando o pagamento integral da multa aplicada contra a parlamentar.
As medidas relativas à suspensão do pagamento de Zambelli cabem à presidência da Casa, na figura do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele, no entanto, ainda não se manifestou sobre o caso.
Condenação de Zambelli
Carla Zambelli foi condenada no dia 17 de maio a 10 anos e oito meses de prisão pela Primeira Turma do STF. Ela foi julgada pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. No episódio, conforme o processo, ela teria contratado o hacker Walter Delgatti Neto para realizar o ataque digital.
Além dos anos de prisão, ela e Delgatti, foram condenados a pagar uma multa conjunta de R$ 2 milhões. Em decisão nessa quarta, diante da saída de Zambelli do país, Moraes acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decretou a prisão preventiva da parlamentar.
Para deixar o Brasil, ela passou pela fronteira com a Argentina em Foz do Iguaçu e chegou, de carro, até Buenos Aires. Depois disso, ela partiu para o exterior. A própria deputada divulgou a saída quando já estava longe da terra natal.
Inquérito contra deputada
Por ter deixado o Brasil, Moraes determinou, nesta quarta, a abertura de um novo inquérito para apurar a conduta de Zambelli. Junto com a abertura do procedimento, foi determinado que a Polícia Federal (PF) ouça a parlamentar no prazo de 10 dias.
Além disso, foi ordenado, também, que o Banco Central informe ao STF, de forma detalhada, os valores e os remetentes de Pix destinados a Zambelli que tenham ocorrido nos últimos 30 dias.
O ministro mandou, também, que a PF realize o monitoramento das redes sociais de Zambelli. As postagens que tiverem relação com a investigação devem ser preservadas.