No último dia 29 de janeiro, a reportagem do Acorda Cidade mostrou a realidade dos moradores do bairro Parque Panorama, região do Tomba em Feira de Santana, após reunirem diversas pilhas de móveis e eletrodomésticos, que foram destruídos durante as fortes chuvas que caíram no município entre os dias 26 e 27 de janeiro.
Jean Michel, foi um dos moradores que conversou com a reportagem e mostrou todos os danos causados na residência. Morador do bairro há mais de 20 anos, Jean contou na manhã desta terça-feira (6), que após uma semana, muitos moradores ainda seguem sem ter onde dormir.
“Só na minha rua que é a Adriano Araújo, 60 famílias perderam tudo. E não somente esta rua, como a Silvina Marquês de Oliveira, Afonso Celso, André Vidal de Negreiros e outras também. Muitas pessoas estão na casa de parentes, amigos, mas aquelas que não têm para onde ir, estão dormindo no chão, sem colchonete, sem um fogão para fazer um arroz, muitos lá perderam a compra do mês totalmente. Muitas pessoas ainda precisando de socorro, mas é um socorro imediato, não apenas promessa, já estamos cansados de tanta promessa”, lamentou.
Segundo Jean Michel, esta não é a primeira vez que acontecem os alagamentos. Em outras ocasiões, muitas residências foram atingidas pelas chuvas.
“Essa não é a primeira vez que acontece. Já é o quarto alagamento, e tudo isso acontece por conta da obra mal feita no bairro ao lado, que é inclinado e as águas dos conjuntos descem e ficam presas aqui, alagam todas as ruas. Silvina Marquês, Adriano Araújo, Afonso Celso e outras mais. Na época, pedimos que fizessem uma obra de drenagem, no linguajar popular, que rasgue a rua e lance a água no córrego Amado Bahia. Aprofunde o córrego da Amado Bahia e lance as águas lá e o problema seria solucionado, mas colocaram manilhas de 50cm para comportar a água de três bairros e praticamente o bairro do Panorama, não tem lógica, isso vai acontecer novamente”, pontuou.
Somente na casa de Jean, o prejuízo pode chegar a cerca de R$ 15 mil.
“Eu perdi tudo praticamente, eu perdi as camas, perdi um fogão, perdi um sofá, perdi armário de cozinha, perdi guarda-roupa, e assim, meus móveis eram planejados. Então por exemplo, um guarda-roupa no valor de R$ 4 mil, armário de R$ 3.500, as camas nos valores de R$ 1.500, teve o sofá, então quando a gente vai para a ponta do lápis deve chegar a quase R$ 15 mil, mas aqui eu não estou falando apenas de bens materiais, a questão é que a gente trabalha, a gente luta para comprar um sofá e divide para 12 vezes, compra uma cama, divide para 12 vezes e de repente, do nada, se perde tudo. Os representantes da prefeitura estiveram aqui, ouviram as pessoas, mas até agora nada. Nós estamos pedindo urgência, essa obra precisa ser feita logo, existem casas comprometidas, muros comprometidos, então se der outra chuva, alaga novamente e pode já anunciar uma nova tragédia, pode matar alguém, pode acontecer algum desastre”, relatou.
No último domingo (4), uma ação social foi realizada na Igreja Adventista, para tentar levar um pouco de conforto às pessoas afetadas pelas inundações causadas pelas fortes chuvas.
O Acorda Cidade solicitou retorno da Prefeitura Municipal de Feira de Santana e aguarda resposta.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade