Os moradores do bairro Lagoa Salgada, em Feira de Santana, bloquearam a Avenida Noide Cerqueira nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (22), queimando pneus e madeiras.
Os manifestantes reivindicam a instalação de uma passarela no local, diante da alta velocidade que muitos condutores trafegam pela região.
Em entrevista ao portal Acorda Cidade, o morador Alan Pereira da Silva informou, que muitas crianças e pessoas idosas, precisam atravessar a avenida, mas correm risco de acidente.
“Estamos aqui em prol das nossas crianças, dos nossos idosos, até porque tem pessoa idosa aqui, que passa uma hora de relógio para consegui atravessar isso aqui. Muitos carros passam com 100km/h, mas aqui existem família, não tem cachorro não. Queremos providências e, de forma imediata nesta Noide Cerqueira. Nesta semana, duas crianças quase eram atropeladas. Não queremos esperar a tragédia acontecer, queremos a integridade física da nossa família assegurada”, pontuou.
Uma outra moradora, Adeni de Oliveira Machado, informou que muitas manifestações ocorrem após o fato, mas como forma de prevenção, a via foi bloqueada nesta manhã, para chamar a atenção das autoridades.
“Aqui as pessoas costumam fazer manifestação depois que o pior acontece, não é verdade? A gente vê manifestação nos lugares depois que morre alguém. Aqui a gente quer fazer para evitar morte. As mães vão levar os meninos para a escola, são 20 minutos esperando para atravessar, meia hora. Ninguém respeita, é uma bagunça só. A gente precisa de uma solução antes que o pior venha acontecer”, afirmou.
Ainda segundo os moradores, a instalação de faixas de pedestres, não soluciona o problema. “Eu acho que faixa não adianta, o pessoal não respeita. Então a gente precisa que eles possam comparecer até o local, para verificar o que precisa ser feito aqui, seja uma sinaleira, uma passarela, a gente só precisa que tudo isso seja resolvido”.
Uma guarnição da 66ª Companhia Independente de Polícia Militar (66ª CIPM) esteve no local para negociar com os moradores.
Uma das faixas da Avenida Noide Cerqueira foi liberada para que os condutores possam trafegar.
Ainda segundo os moradores, as solicitações irão continuar, até que haja uma solução. Caso o pedido não seja atendido, os manifestantes irão interditar as duas vias.
Uma viatura do Corpo de Bombeiros foi acionada para debelar as chamas.
O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho, fez uma participação no Programa Acorda Cidade, pela Rádio Sociedade News e comentou sobre a manifestação dos moradores.
Segundo o gestor, caso a via permaneça interditada, a prefeitura irá acionar a justiça, assim como aconteceu no distrito da Matinha.
“Nós entendemos o direito de todas as pessoas se manifestarem. Agora, fechar pistas, proibir o direito de ir e vir, não toleramos. Nós já estamos com o nosso pessoal no local, para permitir que o direito de uns não seja retirado do direito dos outros. Eu espero que as pessoas possam fazer as suas manifestações, mas se obstruírem a via, nós vamos fazer como fizemos na Matinha, vamos à justiça e pedir que a justiça denuncie pessoas que estão querendo tirar o direito dos outros, porque é importante ter o seu direito, mas não se pode tirar direito de ninguém”, pontuou.
Ao Acorda Cidade, o prefeito informou que algumas medidas para reduzir a velocidade dos automóveis, já foram adotadas, como a instalação de radares.
“Esse grupo é de uma rua chamada Rua Pato Branco e, já esteve conosco na Superintendência de Trânsito algumas vezes. Essa região tem uma curva à direita onde tem um radar. Aliás, são cinco radares nesse sentido da BR-324, e quatro no sentido contrário. São nove radares neste momento funcionando. Essas pessoas legitimamente estão pedindo que se possa ter uma sinaleira ou um redutor de velocidade. Mas logo depois da curva, colocar uma sinaleira é algo complicado e difícil, mas pode ser possível de ser analisado. Colocar um novo radar também é uma coisa a ser analisada, para se diminuir a velocidade também. É uma via de alta velocidade, são 60 km por hora, é o que está previsto na via e nossos radares são aqueles que fazem este controle. Portanto, o que eu quero pedir é que as pessoas, primeiro exerçam o seu direito de se manifestar, segundo, não invada o direito de ninguém proibindo o direito de todas as pessoas. A prefeitura já esteve lá no local, já examinou as circunstâncias e nós poderemos ver o que é possível ser feito, já que acidentes graves não aconteceram nessa área, mas podem vir a acontecer, para a gente agir da forma mais prudente e responsável possível”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade