Conforme correção anual, os preços dos medicamentos em todo o Brasil sofrerão um reajuste de 4,5% no mês de abril, determinado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), e autorizado pelo Governo Federal.
O valor do reajuste de 2024 é o menor já registrado desde 2019. No último ano, o aumento foi de 5,6%.
Com a alteração, farmácias de todo o país repassarão os preços aos consumidores a partir do dia 1º. Porém, algumas delas, ainda tentam driblar este valor, para não pesar, de forma significativa, o bolso do cliente.
Pensando neste aumento, o Acorda Cidade conversou com a gerente farmacêutica da Farmácia Brito, Juscimária Carneiro, para tirar dúvidas sobre o repasse do reajuste ao consumidor final.
“A Farmácia Brito vem se preparando bem antes com a questão de ter um estoque saudável, um estoque que garanta que a gente tenha os medicamentos com preços, com os preços antigos ainda e também quando ocorre esse aumento, a gente não faz a mudança de preço logo assim que acontece, no dia 1º de abril. A gente dá um período de dois meses e esse aumento a gente faz gradativamente, exatamente para que o consumidor não sinta, principalmente quem faz o uso de medicamentos contínuos”, disse.
Ainda segundo a gerente, todos os medicamentos devem sofrer um aumento neste ano.
“Todos os medicamentos sofrem esse aumento, porque o aumento está relacionado com a tributação. Conforme a tributação muda, a gente precisa alterar, então todo medicamento que sofra esse tipo de tributação a gente precisa mexer com o preço”.
Impacto
Com o reajuste no preço dos remédios, a movimentação nas farmácias também sofre um impacto significativo. Isso porque a prioridade será sempre o medicamento de uso contínuo. A gerente aproveitou para falar sobre também sobre a diminuição na compra de demais produtos.
“Impacta muito porque como o medicamento vai aumentar, a prioridade vai ser sempre o medicamento, então o cliente que precisa comprar algo além do medicamento na farmácia ele vai priorizar obviamente o seu tratamento, a compra vai ser destinada mesmo aos medicamentos e isso impacta de certa forma na compra de outros produtos. A gente espera alguma mudança significativa na demanda por determinados medicamentos, esperamos que os consumidores eles adquiram esses produtos antes do aumento e vamos tentar fazer o máximo para que esse aumento seja confortável, confortável no sentido de que o cliente consiga adquirir com uma melhor condição e se possível conseguir até para um tempo maior antes do aumento”, frisou.
Além do reajuste anual, outros fatores, como a falta de insumos, contribuem para o aumento dos medicamentos ao longo do ano. Questionada sobre a expectativa do repasse ao cliente, a gerente farmacêutica concluiu a entrevista ao Acorda Cidade explicando que o reajuste é feito de forma gradativa, já que alguns medicamentos possuem estoque.
“Às vezes o medicamento tem reajuste na questão da falta do insumo, existem algumas faltas que fazem com que o preço do medicamento fique elevado. A gente sofreu recentemente com um medicamento, uma insulina, em que houve falta no mercado e, quando ele voltou a ser comercializado, já voltou com um preço mais ajustado por conta da demanda que aumentou. A nossa expectativa sobre o aumento dos medicamentos é que a gente consiga ajustar esse preço, mas de uma forma que não fique assim tão pesado para o consumidor, e por isso, a gente vai fazer esse aumento gradativo, até porque a gente ainda tem um estoque de segurança que a gente consegue fazer esse repasse para o consumidor”.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade