O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), voltou a fazer menção ao movimento separatista “O Sul é o Meu País” durante sua participação em um evento do setor da construção civil, realizado na última quinta-feira (12), em Curitiba (PR). Em tom descontraído, o chefe do Executivo catarinense sugeriu a separação dos estados do Sul do restante do país, caso o cenário político nacional “não caminhe bem”.
“Temos dois possíveis candidatos à Presidência da República aqui. Daqui a pouco, se as coisas lá para cima não funcionarem direito, a gente passa uma trena para cá e cria o ‘Sul é o nosso país’”, afirmou Mello, sorrindo, ao se referir aos governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Ratinho Júnior (Paraná), presentes no encontro e apontados como pré-candidatos ao Planalto.
Ainda durante o evento, Mello comentou a recente redefinição da divisa entre Paraná e Santa Catarina, que resultou na incorporação de uma área ao território catarinense, equivalente a cerca de 500 campos de futebol. “As divisas estavam meio erradas, aí passamos a régua, ele [Ratinho Júnior] foi generoso e deixou a gente pegar. Mas não tinha muita coisa boa ali em cima, não”, brincou.
Apesar do tom bem-humorado, as falas do governador reacendem debates sobre o discurso separatista no Sul do Brasil, frequentemente criticado por promover divisões políticas e regionais. O movimento “O Sul é o Meu País” existe desde a década de 1990 e defende a autonomia dos estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), embora não tenha respaldo constitucional.