A empresa baiana Sisalândia Fios Naturais terá que pagar R$ 1 milhão por comprar sisal produzido com o uso de trabalho análogo à escravidão. A determinação foi obtida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em ação civil pública movida contra a empresa beneficiadora na Justiça do Trabalho. Doze pessoas foram resgatadas na Fazenda Ouro Verde, no município de Várzea Nova, na Chapada Diamantina.
O MPT concluiu que Jean Clebson Araújo Magalhães, identificado inicialmente como o empregador dos resgatados, na verdade fazia a ponte entre a etapa rural e urbana do beneficiamento do sisal, a estocava, e depois enviava para a Sisalândia.
Ainda segundo o MPT, na chamada região do sisal, no interior da Bahia, é comum ver trabalhadores com dedos e mãos mutilados pelo chamado “motor paraibano”, máquina usada para tratar a fibra ainda na área de coleta.
A empresa comercializa sua produção para mercados dos Estados Unidos, Europa, África e Ásia. O setor de sisal no Brasil, maior produtor dessa fibra no mundo, movimentou R$282 milhões em 2020. A empresa da indústria têxtil recorreu da decisão.
Fonte: BNews