O mundo comemora nesta segunda-feira (12) o Dia Mundial do Moca, grão que dá origem a uma das bebidas mais populares do mundo. Secção do ritual quotidiano de um número considerável de brasileiros, ele traz efeitos importantes para quem quer iniciar o dia, uma vez que a concentração e a redução da fadiga, mas pode trazer riscos se for consumido sem moderação.
Viviane Felici, neurologista do Hospital Teuto Oswaldo Cruz, explicou, em entrevista à CNN, que a ação do moca no aumento da concentração está amplamente ligada à cafeína, substância que bloqueia a ação da adenosina, neurotransmissor que promove o relaxamento e o sono.
“Inibindo a adenosina, a cafeína aumenta a liberação de outros neurotransmissores uma vez que dopamina e norepinefrina, que estão associados à atenção, estado de alerta e melhora do humor”, descreveu.
“Há um consenso razoável na literatura científica sobre os efeitos cognitivos agudos da cafeína, principalmente em estados de fadiga ou privação de sono. Ela pode melhorar a atenção sustentada, o tempo de reação e o desempenho em tarefas repetitivas. Mas é importante lembrar que seus efeitos podem variar de concórdia com fatores genéticos, hábitos de consumo, metabolismo e a tolerância de cada pessoa.”
Segunda ela, o efeito deve resistir entre 30 minutos e 6 horas no corpo humano, variando de pessoa para pessoa. “O pico de efeito da cafeína ocorre entre 30 e 60 minutos em seguida a ingestão, e sua meia-vida no organização pode variar de 3 a 6 horas, dependendo da pessoa.”
Riscos e efeitos colaterais do consumo de moca
Felici alertou também para os perigos do consumo infrene de moca, uma vez que insônia, sofreguidão, irritabilidade, taquicardia, tremores e desconforto gastrointestinal. Ela recomenda que a ração diária de cafeína não ultrapasse a marca de 400 mg, o que corresponde a 4 xícaras de moca coado.
“Em algumas pessoas, mesmo pequenas quantidades já podem desencadear esses sintomas”, afirmou. “Para minimizar esses efeitos, é importante respeitar os limites individuais de tolerância e evitar o consumo exagerado. Partilhar o moca ao longo da manhã e início da tarde e evitar o uso em jejum ou associado a outras substâncias estimulantes também pode ajudar.”
A neurologista indica ainda que gestantes limitem a ingestão diária de cafeína a 200 mg. “Ela atravessa a placenta e pode afetar o feto.”
A atenção suplementar se estende também para pessoas com distúrbios do sono, sofreguidão generalizada, arritmias cardíacas ou refluxo gastroesofágico, cujos sintomas podem piorar com o consumo de moca.
Aliás, segundo Felici, a cafeína tende a desenvolver resistência e seu efeito pode ir diminuindo com o tempo em algumas pessoas. Nesse caso, a saída não é aumentar a ração ingerida, mas sim produzir uma estratégia de consumo.
“A cafeína pode não ter o mesmo impacto positivo na concentração, e pausas periódicas podem ser benéficas para ‘reiniciar’ a sensibilidade do organização”, orientou.
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