Com que frequência trocar a roupa de cama, segundo um biomédico

Durante o sono, o corpo libera suor, oleosidade e células mortas, que se acumulam nos tecidos da cama e favorecem a proliferação de microrganismos prejudiciais à saúde. Por isso, a troca regular da roupa de cama é essencial para prevenir problemas respiratórios e de pele, segundo o biomédico Giovanni Monteiro Ribeiro.

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“Esses resíduos se acumulam nos tecidos e servem de alimento para diversos agentes que podem causar ou agravar problemas de saúde, especialmente respiratórios e de pele”, explica o biomédico, professor do Centro Universitário UNICEPLAC e mestre em microbiologia e imunologia. Mas, afinal, com que frequência devemos trocar a roupa de cama?

Lençóis e fronhas: troca semanal (ou mais)

Segundo o biomédico, o ideal é trocar lençóis e fronhas uma vez por semana. Esse é o tempo suficiente para evitar o acúmulo excessivo de suor, células da pele e oleosidade natural do corpo. No entanto, esse intervalo pode diminuir bastante em situações específicas.

“Se a pessoa tem sudorese intensa, problemas de pele ou se os lençóis são usados por crianças pequenas, a recomendação é trocar a cada dois ou três dias”, orienta o especialista.

 lençóis e fronhas O ideal é trocar lençóis e fronhas uma vez por semana

Cobertores, mantas e edredons: atenção redobrada

Já os itens mais pesados, como cobertores, mantas e edredons, devem ser lavados com menos frequência — a cada um ou dois meses. Porém, isso também depende da rotina da casa.

“Famílias com animais de estimação, por exemplo, devem considerar uma lavagem mais frequente. Esses itens acumulam pelos, poeira e até fungos invisíveis, que podem causar reações alérgicas mesmo que o pet pareça saudável”, afirma Giovanni.

Uma dica do biomédico é o uso de capas de edredom (duvet), mais comuns fora do Brasil, que permitem a troca frequente e ajudam a proteger o cobertor por dentro.

edredomCobertores, mantas e edredons, devem ser lavados com menos frequência — a cada um ou dois meses

Os riscos de não trocar

O problema não está só no acúmulo de sujeira visível. Os riscos mais comuns, segundo Giovanni, envolvem alergias respiratórias e irritações na pele. “Ácaros se multiplicam com facilidade nos tecidos e seus resíduos microscópicos causam espirros, coceiras, olhos lacrimejando e até crises de asma em pessoas sensíveis”, explica.

E mais: doenças como dermatites e foliculites podem se agravar com o uso de roupas de cama sujas — especialmente se houver suor excessivo ou machucados na pele. “Casos mais graves, como infecções bacterianas, são raros, mas podem ocorrer em pessoas com imunidade baixa ou feridas abertas”, alerta o biomédico.

Casos especiais: alergias, animais e crianças

Alguns perfis exigem ainda mais atenção com a higiene da cama. Quem sofre com alergias respiratórias ou asma deve trocar os lençóis duas vezes por semana. O mesmo vale para casas com animais domésticos que sobem na cama.

“Mesmo sem sinais visíveis, cães e gatos podem carregar fungos ou parasitas no pelo. Isso pode representar um risco, especialmente para crianças pequenas ou pessoas com pele sensível.”

Em situações como infecções de pele, acne severa ou verminoses como oxiúros, a troca diária pode ser recomendada. “Nesses casos, o melhor é seguir orientação médica”, reforça Giovanni.

Lavagem: temperatura, tecido e secagem importam

Para a maioria das pessoas, lavar com sabão comum — na máquina ou à mão — é suficiente. Mas há exceções.

“Pessoas alérgicas devem lavar lençóis e fronhas com água quente, se o tecido permitir. A temperatura ideal é cerca de 60 °C, pois isso ajuda a eliminar proteínas dos ácaros que causam alergia.”

Também é fundamental enxaguar bem para evitar resíduos de sabão e secar completamente antes de guardar, o que evita mofo. Cobertores e edredons, por serem mais grossos, podem exigir dois ciclos na secadora para secagem interna completa.

lençol sendo retirado da maquina de lavar Lavar as roupas de cama com sabão comum — na máquina ou à mão — é suficiente

Tipo de tecido faz diferença

Tecidos como o algodão são os mais recomendados: respiram melhor, absorvem o suor e secam com mais facilidade, dificultando a proliferação de microrganismos. Já os sintéticos, como poliéster, retêm mais calor e umidade, criando um ambiente ideal para fungos e bactérias.

“Roupas de cama mais felpudas ou grossas também acumulam mais poeira e exigem cuidados extras. Nessas situações, aumentar a frequência de troca é o ideal”, conclui o biomédico.

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