O impacto da pandemia sobre a saúde mental da população é debatido por especialistas no mundo todo. De acordo com uma pesquisa publicada na revista The Lancet, uma das mais importantes na área de ciência médica, os casos de ansiedade a nível global saltaram de 298 milhões antes da pandemia para 374 milhões depois dela. Um aumento de 25,6%.
Mas, não é só durante o período mais rígido do isolamento e das medidas restritivas que o problema aparece. Com a queda nos números de casos e mortes por covid-19; e o avanço da vacinação, as pessoas estão retornando às atividades presenciais, mas algumas têm apresentado a ansiedade social.
São os mesmos sintomas da ansiedade geral, como apreensão, alteração no padrão de respiração e elevação da frequência cardíaca; mas, desencadeados pela exposição a outras pessoas.
O medo de contaminação pelo coronavírus e a possível perda de habilidade social, após os longos períodos de isolamento, podem explicar o fenômeno.
A professora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Flávia Dalpicolo, diz que, por causa da pandemia, os contextos sociais ficaram muito marcados como perigosos.
Segundo ela, tem sido frequente pessoas que nunca tiveram ansiedade no convívio com outras pessoas, agora se sentirem ameaçadas. Quem é tímido e introvertido, ou que já vivenciou situações em que foi exposto ou ridicularizado sofre mais.
A professora explica que a exposição da pessoa que está com ansiedade social deve ser gradual nos casos não patológicos, mas é necessária para o retorno à normalidade. Em casos com sintomas muito intensos é necessária avaliação psiquiátrica, junto com a psicoterapia para ajudar o paciente.
*Com informações da Agência Brasil
Edição: Sâmia Mendes/Edgard Matsuki