Caos no trânsito e risco de greve: o que está por trás do protesto dos rodoviários na Lapa

A circulação de ônibus na Estação da Lapa foi normalizada, no início da tarde desta quinta-feira (10), após o encerramento de uma manifestação promovida por rodoviários. O protesto teve início por volta das 11h, logo após uma assembleia da categoria, conforme apurado pelo Portal M!. No entanto, de acordo com Daniel Mota, diretor do Sindicato dos Rodoviários, se as negociações não avançarem, a capital baiana pode ficar sem o serviço de transporte público.

Durante o ato, os coletivos deixaram de entrar e sair da estação, o que provocou congestionamentos nas imediações e obrigou diversos passageiros a descerem dos veículos e seguirem a pé até o terminal. A manifestação foi encerrada por volta das 12h45.

Segundo Mota, o principal motivo do protesto foi o impasse nas negociações salariais e o descumprimento de cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho. Os rodoviários reivindicam melhores condições de trabalho, um reajuste salarial de 5% e o cumprimento da carga horária legal, que prevê um tempo mínimo de 20 minutos de descanso entre viagens, direito que, segundo os trabalhadores, não vem sendo respeitado.

Sindicato denuncia falta de acordo e apontam negligência
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Helio Ferreira, o principal objetivo da mobilização é informar os trabalhadores sobre os resultados da primeira rodada de negociação da campanha salarial e denunciar os recorrentes descumprimentos da Convenção Coletiva de Trabalho. Durante o protesto, ele afirmou que as exigências apresentadas não são exageradas, destacando que se trata de equipamentos que contribuem para a operação das empresas e para a melhoria das condições de trabalho.

“Não é uma coisa absurda que a gente está pedindo”, disse o sindicalista.

Ferreira criticou a condução das negociações salariais, apontando a falta de avanço nas conversas, que só evoluem quando o sindicato recorre à Justiça ou ao Ministério Público. “É um descaso! E olha o contraste: ônibus novo, custando mais de um milhão, mas o trabalhador ganhando pouco”, ponderou.

Além das reivindicações salariais e trabalhistas, o protesto também foi marcado por críticas à gestão municipal. Alguns manifestantes apontaram falhas na condução da política de mobilidade urbana em Salvador e denunciaram a precarização do trabalho no setor de transporte coletivo.

Vai ter greve?
Segundo o diretor do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota, caso as negociações não avancem, Salvador corre o risco de ficar sem os serviços de transporte público. Ele afirmou que todas as pautas apresentadas foram rejeitadas pelos representantes patronais.

Mota também criticou o uso indevido de aparelhos pessoais dos trabalhadores, alegando que as empresas insistem em utilizar os celulares dos rodoviários para organizar as escalas. Segundo ele, é comum que jornadas de trabalho e folgas sejam alteradas de forma repentina.

Posicionamento da Transalvador e Semob
Durante a realização do protesto, a Transalvador informou que o trânsito na região ficou congestionado, causando reflexos na Avenida Vale dos Barris, no Dique do Tororó e na Avenida Vasco da Gama. “O protesto na entrada da Estação da Lapa deixou o trânsito congestionado no local”, informou a autarquia em nota enviada ao Portal M!.

Já a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) preferiu não se manifestar, no momento, sobre a manifestação e as reivindicações dos rodoviários. Procurado pelo Portal M!, o órgão afirmou que divulgará uma nota sobre a situação assim que tiver uma posição.

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