O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) alerta para o aumento no risco de contaminação nas praias após períodos de chuva. O boletim de balneabilidade, divulgado semanalmente, avalia a qualidade das águas destinadas à recreação com contato direto e prolongado, como o banho de mar, quando há maior chance de ingestão da água.
Em dias chuvosos, detritos acumulados nas ruas são levados para o mar pelas galerias pluviais. Mesmo com tempo firme, o Inema orienta que a população evite se banhar próximo a saídas de esgoto, desembocaduras de rios urbanos, córregos e canais de drenagem.
O biólogo e diretor do Instituto de Biologia da Ufba, Francisco Kelmo, chama atenção para os riscos invisíveis nesse tipo de contaminação: “Toda vez que chove, toda sujeira da rua é lavada pela chuva e termina escoando para o mar. Embora não haja contaminação do esgoto doméstico, essa água pluvial leva consigo vários resíduos que podem causar algum tipo de prejuízo à saúde humana,” explica.
Ele complementou, exemplificando com uma situação comum: “Imagine um lixão ou um monte de restos de feira ou lixo de um restaurante. Um cachorro rasga o saco, começa a chover e tudo aquilo é lavado até chegar ao mar. Embora visualmente pareça limpa, essa água carrega uma carga de bactérias que podem causar doenças sérias.”
A classificação da balneabilidade segue a Resolução CONAMA nº 274/2000 e utiliza a bactéria Escherichia coli como indicador de contaminação fecal. A praia é considerada imprópria quando a densidade de E. coli ultrapassa 800 UFC/100ml em duas ou mais coletas feitas em cinco semanas ou supera 2000 UFC/100ml em uma única amostra.
Mesmo com índices dentro dos limites, outros fatores também podem tornar o banho de mar perigoso, como vazamentos de esgoto, maré vermelha, floração de algas tóxicas e surtos de doenças de origem hídrica.
As condições atualizadas das praias estão disponíveis no aplicativo “Vai Dar Praia”, gratuito para Android e iOS.
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