Quem passou pela Avenida Oceânica, na Barra, na manhã desta quinta-feira (1°), viu uma cena diferente: 50 pessoas “feridas” no meio da folia, atropelados por um trio elétrico sem freio, e uma megaoperação de assistência às vítimas. A situação fictícia fez parte de um simulado preparatório, promovido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) e demais órgãos municipais e estaduais, com vistas ao atendimento das ocorrências de urgência e emergência envolvendo múltiplas vítimas nos circuitos do Carnaval.
A atividade teve como intuito o aperfeiçoamento de competências e habilidades profissionais e da capacidade de comunicação e respostas, além do entrosamento para atuação conjunta dos serviços de saúde e demais órgãos envolvidos na folia momesca. Para a vice-prefeita e secretária municipal da Saúde, Ana Paula Matos, a atividade preparatória é de suma importância para qualificar o atendimento prestado durante o Carnaval.
“A gente certamente não quer que nenhum acidente aconteça. Por isso, aqui é uma oportunidade que a gente tem de fortalecer a interlocução, alinhar os fluxos, identificar todas as pessoas envolvidas. É um trabalho muito bem estruturado, começando aqui na Barra e terminando no HGE (Hospital Geral do Estado). É todo mundo junto”.
O coordenador médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu), Ivan Paiva, ressaltou que, na ocasião, é feita uma análise de riscos e vulnerabilidades considerando um evento de grande porte como o Carnaval de Salvador. “A gente pondera quais seriam as possibilidades de acontecer algum problema e a partir daí, são envolvidas todas as equipes que estão atuando no Carnaval para que haja um processo de comunicação efetivo numa situação de desastre. Aqui treinamos a atuação em campo para que a gente possa, caso aconteça, dar a melhor resposta”.
O diretor da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macedo, acompanhou o simulado com participação de equipes de voluntários do órgão. “É o segundo ano que participamos – no ano passado, simulamos um incêndio e, este ano, a perda de freio no trio, com múltiplos feridos. Trouxemos mais de 100 voluntários caracterizados e já capacitados, que vão trabalhar no Carnaval, e já antecedendo qualquer situação de risco”.
O diretor de Segurança Urbana e Prevenção à Violência da Guarda Municipal (Susprev/GCM), Maurício Lima, também esteve presente, assim como agentes da GCM que participaram da ação. “A Guarda Municipal é um dos primeiros atores a chegar, junto com a Polícia Militar, isolando a área para que todos possam trabalhar na emergência com segurança. É algo fundamental, pois pode acontecer uma intercorrência, então é interessante ter um norte de como lidar lidar com a situação e ter uma preparação para atender a todos com segurança”.
Simulação
Para a atividade, o Samu usou cinco motolâncias e dez ambulâncias para auxiliar nos primeiros socorros às vítimas e encaminhamento para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais. A megaoperação simulada contou ainda com a participação da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), Polícia Militar da Bahia (PM-BA), Polícia Civil (PC-BA), Departamento de Polícia Técnica (DPT), Superintendência de Telecomunicações (Stelecom), Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) e vigilâncias Sanitária e Ambiental, entre outros órgãos.