Nesta época do ano, sobretudo no Nordeste, é comum ficar perto de fogueiras e se divertir com fogos de artifício. No entanto, o resultado da inalação da fumaça pode acarretar ou agravar enfermidades respiratórias, como asma, doença pulmonar obstrutiva (DPOC) e rinite alérgica.
Pessoas que já possuem algum desses problemas são mais propensas a sofrerem com irritações nas vias respiratórias e, ao terem contato com as toxinas presentes na fumaça, começarem a apresentar tosse, secreção, dificuldade para respirar e cansaço.
“A inalação de fumaça pode causar uma reação brônquica exacerbada, como nos asmáticos, onde acontece broncoespasmo com consequente falta de ar”, explica o pneumologista e professor do curso de Medicina da Universidade Salvador (Unifacs), Marcelo Chalhoub.
Por conta disso, indivíduos com doenças respiratórias devem evitar, ao máximo, inalar fumaça. Caso ocorra exposição e o paciente tenha a doença agravada, é recomendado ir imediatamente até um hospital. O pneumologista exemplifica, ainda, que, conforme orientação médica, pacientes asmáticos podem usar broncodilatadores ou até mesmo corticoide inalatório para aliviar os sintomas.
Fora o grupo de risco, composto por pessoas que já convivem com problemas respiratórios, a fumaça da fogueira e o uso comedido de fogos de artifício pode afetar com menor gravidade os indivíduos que não apresentam doenças respiratórios.
“O sistema respiratório foi feito para receber ar puro. As partículas inaladas funcionam como irritantes da árvore respiratória. A fumaça é um desses irritantes. Em pequenas quantidades, pessoa sem histórico de doenças respiratórias, no geral, não têm problema maior, mas pode tossir e expectorar um pouco de muco com os irritantes juntos”, diz o especialista.
Maior risco para as crianças
Comumente, as crianças se sentem atraídas pela queima de fogos e fogueiras. Mas os pais devbem redorbrar a atenção: além do perigo das queimaduras, é preciso atentar para o risco da intoxicação pela inalação de fumaça.
“Alguns fatores de risco, como alérgenos e irritantes respiratórios, aumentam complicações em quadros respiratórios. Se a criança já possui algum tipo de problema respiratório, a atenção em relação aos fatores de risco aumenta”, frisa a pediatra e professora do curso de Medicina na Unifacs, Bárbara David.
Para as crianças que já possuem algum problema respiratório, a pediatra orienta: “É importante evitar aglomerações, lavar as mãos frequentemente e fazer fluidificação de secreção com lavagem nasal para evitar infecções secundárias”. Ao ressaltar que nos festejos juninos há aglomerações, além do ambiente com fumaça, ela também alerta: “Os responsáveis devem ficar ainda mais atentos aos sinais de gravidade”.
Em casos mais graves, as crianças podem apresentar aumento da frequência respiratória, dificuldade para respirar, chiado, sonolência exagerada, irritabilidade, perda de apetite e cianose – que ocorre quando o sangue não recebe oxigênio suficiente e o paciente fica com a pele e as mucosas arroxeadas.
Caso esses sintomas sejam identificados, ou haja dúvida, principalmente após exposições de risco, é indicado que a criança seja levada ao médico que já faz o seu acompanhamento ou ao pronto atendimento, imediatamente.
Fonte: Muita Informação