O senador Sérgio Moro (União Brasil) afirmou nesta quinta-feira (1º) que a indicação do advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cristiano Zanin Martins, ao Supremo Tribunal Federal (STF) “fere o espírito republicano”. Para o ex-juiz da Lava Jato, que travou uma série de embates com Zanin ao longo da operação, a escolha de um “amigo pessoal do presidente” para a Corte máxima “não favorece a independência da instituição”.
A escolha de Zanin à cadeira do ministro aposentado Ricardo Lewandowski no Supremo foi anunciada na manhã desta quinta-feira (1º). O advogado ainda deve passar por uma sabatina no Senado e ter seu nome aprovado no Plenário da Casa antes de tomar posse no STF.
A sabatina ainda não foi agendada, mas, na ocasião, Zanin e Moro voltarão a estar frente a frente. Antes, eram o advogado do alvo maior da Lava Jato e o juiz expoente da operação. Agora, se enfrentarão como próximo ministro da Corte máxima e senador.
A indicação foi anunciada pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco na manhã desta quinta-feira e confirmada por Lula horas depois. “Zanin será excepcional ministro se for aprovado pelo Senado, e acredito que será. O Brasil vai se orgulhar de ter Zanin como ministro da Suprema Corte”, declarou o petista.
Embora seja a primeira vez que um presidente indica um advogado pessoal para ocupar uma vaga no STF, não há nenhum impedimento para a escolha de Zanin. A indicação de um ministro do STF é atribuição exclusiva do presidente da República. O nome deve atender a três requisitos: ser brasileiro nato; ter mais de 35 e menos de 65 anos; e ter notável saber jurídico e reputação ilibada.