A Casa Branca criticou o Brasil, nesta segunda-feira (17), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar, durante viagem à China, que os Estados Unidos estão “encorajando” a guerra na Ucrânia.
“Neste caso, o Brasil está papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto”, disse a jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, segundo apuração do Portal G1.
Na sequência, Kirby também afirmou que a posição de Lula – que afirmou domingo (16) que os Estados Unidos e a Europa prolongam a guerra, é “profundamente problemática”. Washington não tem “nenhuma objeção a qualquer país que queira tentar pôr fim à guerra”, completou Kirby.
Ainda segundo a reportagem, Kirby afirmou ser “óbvio” que os Estados Unidos querem que a “guerra acabe”. “Isso poderia acontecer agora, hoje, se o senhor (presidente russo Vladimir) Putin parasse de atacar a Ucrânia e retirasse suas tropas”, afirmou.
Últimas declarações de Lula
O presidente Lula (PT) deu a declaração de que os Estados Unidos e a Europa prolongam a guerra na Ucrânia em Abu Dhabi. Ele também defendeu a criação de uma espécie de “G20 pela paz”.
“A paz está muito difícil. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não toma iniciativa de paz, o [presidente da Ucrânia], Volodymyr Zelensky, não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, afirmou Lula, durante uma coletiva de imprensa no fim de sua viagem aos Emirados Árabes Unidos.
O presidente também voltou a acusar a Ucrânia, que foi atacada e invadida pela Rússia, de ter participação no início do conflito. “A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”, disse Lula.
União Europeia também respondeu
O porta-voz da Comissão Europeia para Negócios Estrangeiros e Políticas de Segurança, Peter Stano, também rebateu as acusações de Lula e defendeu a postura adotada pelos aliados ocidentais.
“Não é verdade que os Estados Unidos e a União Europeia estejam ajudando a prolongar o conflito. A verdade é que a Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal, uma violação da Carta das Nações Unidas”, afirmou o representante do bloco europeu.