Durante intervalo das oitivas no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou estar tranquilo diante do depoimento de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que confirmou a existência de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Bolsonaro é o sexto réu a ser interrogado no processo que apura a atuação do núcleo central da suposta trama golpista. Seu depoimento está previsto para ocorrer entre quarta-feira (11) e quinta-feira (12). Questionado por jornalistas, o ex-presidente negou envolvimento direto no plano e afirmou que não há motivos para sua condenação.
“Estou com a consciência tranquila. Quando falam de assinar decreto… Não é assim. O primeiro passo seria convocar os conselhos da República e de Defesa. Isso não foi feito”, disse. Bolsonaro também comentou sobre o relacionamento com Mauro Cid, com quem trocou um abraço antes do depoimento: “Não tenho problema com ele.”
Durante sua oitiva, Cid declarou que Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, a elaborar um relatório que colocasse em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. Segundo o militar, Bolsonaro teria lido e sugerido alterações em uma minuta de decreto que previa ações autoritárias e a prisão de autoridades.
As oitivas dos réus seguem até sexta-feira (13), com sessões conduzidas pela Primeira Turma do STF. Além de Bolsonaro, serão ouvidos Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Entre os crimes investigados estão tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e dano qualificado.