Por: Cíntia Santos
A profissão de trancista passou a integrar oficialmente a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), sob o código 5161-65. Agora, esses profissionais fazem parte do grupo de serviços de embelezamento, ao lado de cabeleireiros, barbeiros, manicures, maquiadores e designers de sobrancelhas.
Na descrição da CBO, o trancista também pode ser identificado como artesão capilar, profissional das tranças ou trançadeiro capilar. A mudança representa um marco para o reconhecimento da atividade, especialmente no contexto da valorização da estética afro-brasileira.
A vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação, destacou a importância do avanço. Em 2023, ela se reuniu com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para apresentar a demanda da categoria. O encontro resultou na abertura de estudos técnicos que culminaram na oficialização da profissão.
“Essa é uma conquista coletiva, construída com diálogo, mobilização e respeito à cultura e à força de trabalho que as trancistas representam”, afirmou Ireuda.
A nova classificação representa um avanço para milhares de profissionais que atuam com tranças em todo o país. Para muitas dessas pessoas, o reconhecimento abre portas para maior visibilidade, oportunidades e regulamentação de direitos.
A trancista Vívian, de 24 anos, natural de Salvador, contou ao TakTá que o ofício começou como uma herança familiar. “Aprendi com minha mãe, que sempre acreditou no meu talento. Com o tempo, fui desenvolvendo amor e dedicação por essa arte, que hoje se tornou minha profissão”, relata.
Segundo ela, o trabalho com tranças vai além da estética. “Envolve autoestima, bem-estar e identidade. Transformar e valorizar a beleza das mulheres por meio das tranças me realiza.”
Vívian abriu o próprio negócio, a @iyanuafrohair, e vê no reconhecimento oficial um passo fundamental. “Recebo essa decisão com alegria. Ainda enfrentamos muitos desafios, principalmente o reconhecimento, mas isso nos dá força para seguir em frente e conquistar nosso espaço.”
