O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita é celebrado no dia 19 de outubro. Uma data que tem o objetivo de enfatizar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis na gestante durante o pré-natal e da sífilis em ambos os sexos como Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
A enfermeira Carolina Oliveira, do serviço IST HIV/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde, que funciona no Centro de Saúde Especializado (CSE), explicou que a sífilis é uma doença que é causada por uma bactéria e que tem tratamento e tem cura. Já a sífilis congênita, é quando a mulher tem a sífilis, que provavelmente pegou de uma relação sexual desprotegida, e essa mãe não tratada, gestante, pode passa a sífilis para o bebê.
A enfermeira alertou que a incidência maior da sífilis, assim como as outras ISTs, é através da prática sexual desprotegida ou com uso incorreto do preservativo. Ela destaca que quem tem vida sexual ativa, precisa realizar exames específicos, tanto para sífilis, como para HIV, porque são infecções que na grande maioria das vezes não apresentam sintomas.
“Quando apresenta sintoma, o mais característico são lesões na palma das mãos, na planta dos pés e muitas vezes também no tórax. A gente também não pode esquecer da lesão na região genital, porque essa lesão pode aparecer, muitas vezes o paciente não percebe, porque ela é uma lesão indolor, então ela aparece e desaparece, mesmo sem tratamento. E mais uma vez eu falo, nós fazemos esse acompanhamento e tratamento e, a grande maioria dos pacientes que chegam até nós, eles vêm sem sintoma algum”, alertou.
De acordo com Carolina Oliveira, a sífilis é uma IST que interfere na qualidade de vida das pessoas e por isso quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor será o tratamento. Segundo ela explicou ao Acorda Cidade, existem três denominações da sífilis: primária, secundária e terciária, sendo que a última já é uma sífilis mais grave, onde o paciente ou não trata adequadamente ou nunca soube que tem IST, porque não faz teste. Nesse caso, a especialista destacou que a sífilis pode atingir outros órgãos.
“Tanto a parte cardíaca, como ossos, como a parte neurológica, então ela é uma doença perigosa, sim, se ela não for diagnosticada e se ela não for tratada adequadamente, porque também não adianta o paciente ter orientação no tratamento, que muitas vezes é feito de uma a três semanas, e ele não realizar o tratamento completo, ele vai continuar com a sífilis e vai continuar transmitindo através da relação sexual”, afirmou.
Números crescentes em Feira de Santana
Em Feira de Santana os números da sífilis é algo que preocupa, conforme afirmou a enfermeira Carolina Oliveira ao Acorda Cidade. Segundo ela, os números mostram um aumento nos casos. Em 2022 foram 307, em 2023 foram 369 e em 2024 já são 191 casos até o mês de agosto.
“Nós também aumentamos a oferta de testes em toda a atenção básica do município de Feira de Santana. Qualquer pessoa que queira fazer teste de HIV, sífilis, hepatite B, hepatite C, ela pode ir até a unidade e realizar, mas infelizmente é algo que ainda é de difícil controle, porque são várias causas que interferem nesse aumento do número de casos de sífilis”, disse.