TSE diz que menos de 1% dos municípios tem mais mulheres que homens nas câmaras municipais

Um levantamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrou que apenas 45 das 5.568 cidades que realizaram eleições municipais em 2020 têm mais mulheres que homens nas Câmaras municipais. O número representa menos de 1% dos municípios que participaram daquele pleito.

Sete em cada dez cidades onde há maioria feminina no Legislativo têm população menor que 15 mil pessoas, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente Araras, no interior paulista, tem mais de 100 mil habitantes. Na cidade, há seis mulheres entre as 11 cadeiras da Câmara Municipal.

Já os municípios onde as mulheres vereadoras são minoria – entre 20% e 30% dos assentos das Casas legislativas – somam 1.384. Ou seja, 24,85% de todos os municípios brasileiros.

Ao TSE, a doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) Hannah Maruci afirmou que a representatividade feminina é maior nas cidades menores porque no interior é “mais barato” vencer uma eleição. “Os municípios pequenos são onde elas têm a possibilidade de fazer campanha com menos dinheiro. Em municípios maiores, a desigualdade de recursos é uma barreira significativa para as mulheres”, disse.

Segundo a especialista, mulheres recebem muito menos recursos para viabilizar suas candidaturas do que homens. O quadro se agrava quando as leis de cotas de gênero são descumpridas.

De todo o eleitorado nacional, as mulheres representam 53% das pessoas aptas a votar. Além disso, elas são as que mais comparecem às urnas. Só nas últimas eleições gerais, em 2022, a taxa de comparecimento das mulheres foi de 80%, enquanto os homens registraram 78%.

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